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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Neurocircuito – Você é o que p@rece?



Julgamentos imediatos são frequentemente errados por ter como base estereótipos e subterfúgios mentais.



Ao conhecermos uma pessoa imediatamente a avaliamos e julgamos – muitas vezes de forma inconsciente.



Por que fazemos isso?



A pesquisadora Amy Cuddy, professora titular da Escola de Administração de Emepresas de Harvard e os psicólogos Susan Fiske e Peter Glick, das universidades de Princeton e Lawrence, respectivamente, desenvolveram uma teoria que pode explicar esse comportamento. Eles afirmam que, aparentemente, julgamos os outros de acordo com dois quesitos :



calor humano (se as pessoas são simpáticas e bem-intencionadas) e competência (se têm a capacidade de transmitir essas intenções). Em geral, admiramos e auxiliamos mais prontamente aqueles que demonstram as duas características e costumamos menosprezar pessoas frias e incompetentes.



Os avaliados como competentes porém frios – muitos deles pertecentes a grupos já esteriotipados, como judeus, asiáticos e ricos – provocam inveja e repulsa.



Já os considerados calorosos porém incompetentes – como mães e idosos – despertam piedade e carinho.



No entanto, novas pesquisas mostram que julgamentos imediatos são frequentemente errados por terem como base estereótipos imperfeitos e subterfúgios mentais.



Recentemente, o psicólogo Nicolas Kervyn e seus colegas da Universidade de Princeton publicaram resultados de uma pesquisa que revela como tiramos essas conclusões precipitadas. Para isso, os pesquisadores mostraram a voluntários dois grupos de pessoas: um deles parecia afetuoso e o outro, frio.



Os participantes presumiram que os mais calorosos eram menos competentes; da mesma forma, quando sabiam previamente que um grupo era competente e o outro não, faziam perguntas cujas respostas confirmam essa premissa. De acordo com o pesquisador, um traço forte na personalidade pode demonstrar fraqueza em outras áreas.



Esse “efeito compensatório” que ocorre quando comparamos as pessoas em grupo, em vez de avaliarmos cada uma individualmente, confirma o já conhecido conceito da psicologia social, o “efeito halo” – quando há forte demonstração de uma característica positiva, isso significa que há mais virtudes presentes. Ambos, entretanto, figuram entre erros cometidos frequentemente: em geral, acreditamos que aqueles que ocupam status maior são competentes mesmo que isso não tenha sido conquistado e seja, por exemplo, decorrência de sucessão familiar ou alianças políticas.



Ao julgar o calor humano, a rivalidade cumpre seu papel: “se alguém é seu concorrente, automaticamente concluímos que essa é uma pessoa má”, observa. A boa notícia é que se você pertence a um grupo estereotipado ou se sabe como os outros o veem, tem possibilidade de tentar mudar a sua imagem. Um político competente visto como frio, por exemplo, pode tentar se comunicar melhor com seus eleitores.



“Afinal de contas, somos todos calorosos ou competentes em alguma área de nossa vida”, enfatiza Amy.

Fonte: Revista Viver mente e cerebro, p. 72. Dez/2010.

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